terça-feira, 29 de dezembro de 2009
RESPOSTA DE UM MÉDICO
Date: Thu, 4 Jun 2009 12:35:10 -0300 Subject:
CARTA ESTADÃO From: producao197 To: hlffilh
Prezado senhor Humberto. Sei perfeitamente que os leitores do jornal O Estado de S.Paulo são conservadores, muitas vezes reacionários, claramente de direita. Mas algumas cartas chegam ao cúmulo do absurdo. Ontem um leitor disse que a culpa dos erros nas cartilhas do governo do senhor José Serra é culpa de algum "petista infiltrado" na Secretaria da Educação. Hoje, o senhor faz uma observação completamente equivocada. Não é apenas o presidente americano Obama que elogia o nosso presidente. Os elogios estão vindo de todos os continentes. É o presidente francês, é o presidente sul-africano, o premiê inglês, finlandes, a alemã.
Só não vêem em Lula um grande líder pessoas preconceituosas que ainda o enxergam como um metalúrgico analfabeto. O senhor deve ser de classe média média ou alta. Pergunto: o que piorou em sua vida com o governo Lula? O que vai melhorar com o governo Serra? É claro que a classe média não quer enxergar em Lula um presidente que tem enfrentado crises econômicas internacionais como ninguém. O senhor lê a Economist? O El País? O Le Monde? Se ficar lendo apenas o Estadão e a Veja terá uma visão burguesa e centrada em críticas e mais críticas.
Radical. O senhor sabe o quanto o atual governo melhorou a vida dos menos favorecidos? O senhor não quer que ele melhore a vida dos mais pobres? Sou médico, não sou petista, sou classe média até digamos alta. Tinha tudo para pensar como os leitores do Estadão, que mandam frases de efeito, às vezes engraçadinhas, que o jornal adora publicar. Mas, felizmente, penso exatamente ao contrário desses leitores. Graças a Deus e ao meu pai, que me ensinou a olhar a vida sem radicalismos.
Atenciosamente.
ALDO PACINOTO
Curitiba
___________
RESPOSTA DO DR. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO
Date: Fri, 5 Jun 2009 01:54:52 +0000
From: hlffil To: producao1972@ Subject: RE: CARTA ESTADÃO
Prezado colega Aldo (Também sou médico - Neurocirurgião )
Antes de mais nada quero deixar claro que não sou eleitor do Sr.José Serra, sou apolítico, não filiado a nenhum partido, tenho nojo de politíca, e consequentemente, de políticos, principalmente dos atuais. Sou a favor sim, dos princípios morais, mas, para meu desapontamento, isso transformou-se em fruta rara nos três Poderes da República no atual governo. Quero também informar ao colega que leio qualquer publicação e não só O Estado de S. Paulo e a Revista Veja, como também já viajei por meio mundo, portanto vou responder suas indagações com conhecimento, e o que é mais importante, com a independência de um profissional liberal não comprometido com governo nem com imprensa nem com igreja nem com sindicatos ou com quem quer que seja.
Quanto à sua pergunta sobre o que piorou na minha vida durante o governo Lula e as possíveis melhoras em um possível governo Serra, eu diria que não houve nem haverá nenhuma mudança. Nem eu quero que haja, porque de governo, qualquer que seja a tendência ideológica, eu só desejo uma coisa: DISTÂNCIA.
Não dependo nem nunca dependi de nenhum deles. Uma outra afirmativa sua é sobre a melhoria da vida dos mais pobres (por conta do bolsa família, imagino). Minha opinião é que bolsa família não é inclusão social, é esmola, mais precisamente compra disfarçada de votos. O pobre não quer esmola, quer escolas, hospitais, ambulatórios que funcionem na realidade. Nos palanques eleitorais já foi dito até que a medicina pública brasileira está próxima da perfeição. Só que a cúpula do governo, quando precisa de assistência médica, dirige-se ao Sirio-Libanês ou ao Hospital Israelita, e chega em São Paulo em jatos particulares. O colega, como médico, não deve ignorar essa realidade.
Na área rural, falta mão de obra porque o dito trabalhador rural virou parasita do governo, e não mais trabalha. Para que trabalhar? eu fico em casa e no final do mês o governo me paga. Essa foi a frase que tive que engolir, não faz muito tempo, antes de abortar um projeto em minha propriedade rural, que empregaria pelo menos 50 pessoas. Quando optamos pela mecanização, vem um bando de sindicalistas hipócritas junto com a quadrilha do MST, diga-se de passagem foras da lei e baderneiros, financiados com dinheiro público, dizer que a máquina está tirando o emprego no campo.
Outro item a que você se refere é sobre a minha observação, completamente equivocada (equivocada na sua opinião), publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo. Pois é, aquela é a MINHA observação, e eu espero que o colega a respeite como eu respeitaria a sua, se lá estivesse publicada. E mais, se você quiser fazer um giro maior, saindo portanto, da esfera do Estadão e da Veja para fugir do conservadorismo dos mesmos, (conservadorismo também opinião sua - respeito) , verá que existem muitas outras publicações minhas dentro do mesmo raciocínio, coerência, independência e coragem que tenho para falar o que quero, e assumir totalmente a responsabilidade pelo dito.
Colega, por favor, pesquise os seguintes jornais: Diário de Pernambuco (Recife-PE), Diário da Manhã (Goiânia-GO), Gazeta do Povo (Curitiba-PR) , O Dia (Rio de Janeiro-RJ), Jornal O Povo(Fortaleza-CE) e outros, além de dezenas de sites e blogs.
Agora faço a minha primeira pergunta: são todos conservadores e reacionários? Não! são independentes. Não são parte da imprensa submissa e remunerada com dinheiro público, não fazem publicidade da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Economica Federal, do PAC, e o mais importante, não recebem ordens de Franklin Martins , (o Joseph Goebbels Tupiniquin), manipulador de informações, prestidigitador que usa o vulnerável substrato cultural brasileiro, para transformar câncer em voto.
E para encerrar, permita-me fazer mais essas perguntas: O The Economist, o El País,O Le Monde etc. informaram a opinião pública européia sobre as dezenas de escândalos financeiros e morais ocorridos no País nos últimos sete anos, e que permanecem impunes por pressão do grande lider e asseclas? Informaram que o Congresso Nacional está tomado por uma quadrilha manipulada pelo Executivo (80% envolvidos em algum tipo de delito) e que conseguiram extinguir a oposição? Informaram que a maior empresa brasileira é estatal e ao mesmo tempo usufruto do governo, e que o mesmo tenta desesperadamente blindá-la contra qualquer fiscalização? Informaram que 40% dos ministros e ex-ministros desse governo respondem a processos por malversação de dinheiro público?
Eu acho que os chefes de estados da Europa não sabem dessas particularidades. Por muito menos estão rolando cabeças no Parlamento Britânico, e com uma grande diferença, o dinheiro lá desviado é devolvido aos cofres públicos; enquanto aqui parte é rateada; parte é para pagar bons advogados, e outra parte é incorporada ao patrimônio do ladrão.
Casos exaustivamente comentados na imprensa vem ocorrendo há anos com pelo menos cinco indivíduos que hoje fazem parte ativa da base de sustentação do grande líder. Isso para não falar de coisas mais graves como os assassinatos dos prefeitos de Campinas e de Santo André, envolvendo verbas de campanha. Crimes esses nunca esclarecidos e cujos cadáveres permanecem até hoje no armário do PT. Portanto, ver Luiz Inácio Lula da Silva como um líder é querer forçar um pouco. Para mim, ele não passa de papagaio de pirata de Hugo Chavéz. Veja a sua última pérola: "O Brasil acha petróleo a 6 mil metros de profundidade, por que não acha um avião a 2 mil". Isso não é pronunciamento de líder em um evento público envolvendo dezenas de chefes de estado. Isso cairia bem em reunião de sindicato ou em mesa de botequim. Caracteriza oportunismo vulgar.
Moro no Brasil, sei ler e não sinto azia quando leio. Não sou preconceituoso nem radical, modéstia a parte, sou esclarecido, e se combater corrupção é radicalismo, aí sim, sou RADICAL, e estou pronto para qualquer coisa como todo nordestino.. . de caráter.
Atenciosamente.
Humberto de Luna Freire Filho
São Paulo
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Nossa Missão Atender Pessoas
Quem me conhece sabe que faço do atendimento ao público a minha razão de existir como político. Atendo as pessoas e meu gabinete, atendo pelas ruas e praças, nos bares, na porta da igreja, nas canchas de bocha, em aeroportos, rodoviárias. Nunca virei às costas ou tratei com arrogância as pessoas que me procuram para apresentar-me um pedido ou uma reivindicação.
Sou franco, transparente. Mais do que isso, trato a todos com respeito, esforço-me para não deixar nenhuma pessoa na expectativa de uma resposta além do tempo necessário. Se puder ajudá-la, aviso; se não puder, aviso do mesmo jeito.
Trato também com atenção os pleitos que devem trazer empregos e fortalecer a economia de Santa Catarina. Aprendi, desde o início da minha carreira política, separar muito bem o lícito do ilícito, o regular do irregular, o legal do ilegal. Quem me conhece sabe muito bem que não adianta encaminhar-me pedidos ilícitos porque não serão atendidos.
Exerci o cargo de governador na ausência do titular em vários períodos durante os últimos três anos. Se a ética não regesse a minha conduta política, teria certamente aproveitado desses momentos para simplesmente determinar que a Secretaria da Fazenda mantivesse em vigor a inscrição da empresa Arrows, motivo atual de investigação e polêmica, mesmo não tendo ela regularizado sua situação fiscal. Como não agi assim, nem como vice e nem como governador, a inscrição da empresa foi cancelada e assim permanece.
Vou continuar atendendo pessoas, entidades e empresas dentro de minha missão político-administrativa, além de exercer as demais atividades inerentes ao cargo. Confio na verdade e na Justiça que em breve serão restabelecidas. Por enquanto, só posso lamentar que existam pessoas que não tenham compreendido ainda aspectos tão elementares e tão visíveis da minha militância política
Leonel Pavan
Vice Governador de Santa Catarina
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
NOTA OFICIAL DO GABINETE DO VICE-GOVERNADOR LEONEL PAVAN
1-Tranqüilizo o povo do meu Estado que vou demonstrar de maneira clara e cabal minha total isenção em relação a qualquer fato que possa ser considerado ilegal. Farei isso pelos meios constitucionalmente assegurados exercitando plenamente meu direito de defesa.
2 – Não cometi ou permiti que fosse cometido, direta ou indiretamente, qualquer ato ilegal. Tanto no exercício do Poder Público, como nos atos da minha vida privada.
3 - Sou o maior interessado na apuração da verdade. Tudo farei para que haja clareza e rapidez, observando todos os rigores do devido processo legal e conduzido pelas instituições competentes, evitando-se a instrumentalização de procedimentos jurídicos como ferramenta de alcance político.
4- Atender pessoas e empresas é da essência da atividade político-administrativa, porém, de forma legal, como aconteceu, neste caso da empresa investigada. Não houve qualquer tipo de regalia ou vantagem, permanecendo a empresa em débito com o estado até hoje.
5- Não recebi qualquer tipo de proposta ou vantagem ilegal de quem quer que seja. Os fatos narrados ou comentados via imprensa, até agora, são puras ilações ou insinuações maldosas de quem poderia ter falado em diálogos a parte, mas nunca ocorridos comigo.
6- Em toda minha vida pública como vereador, prefeito, deputado federal, senador e vice-governador construí uma biografia de trabalho e de respeito à democracia e às liberdades. Minha luta neste momento, não é apenas para me defender das calúnias e acusações precipitadas, mas também para defender estas liberdades e o estado de direito para que estes não sejam atropelados.
7-Fui muitas vezes injustamente acusado, quase sempre em período eleitoral. Muitas destas acusações, sequer levadas a Justiça. E quando levadas, fui absolvido em todos os processos.
8 - Jamais sofri qualquer condenação. Vou continuar trabalhando, atendendo e marcando audiências, inaugurando obras, planejando o futuro para o povo catarinense que me concedeu mais este mandato, o qual saberei honrar até o fim. Mais uma vez, vou provar a minha inocência por que acredito na JUSTIÇA!
Leonel Pavan Vice-governador do Estado de Santa Catarina
Florianópolis, 15 de dezembro de 2009.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
O aquecimento global e a floresta
Mas, quando o assunto é o impacto da nova realidade climática nos biomas brasileiros, a tese do pesquisador contraria as previsões recentes dos cientistas.
"A tendência no caso das matas atlânticas e da Amazônia é que elas cresçam e não que sejam reduzidas", disse o pesquisador, em entrevista à Folha.
Para ele, a região conhecida como mata atlântica na verdade é formada por três biomas: as matas, o planalto das araucárias e as pradarias mistas, que ocorrem apenas no Sul.
O geógrafo afirma ser impossível o fato de um estudo apresentado no Rio de Janeiro no início da semana ter previsto que o aquecimento global poderá reduzir em até 60% a mata atlântica brasileira.
Para Ab'Sáber, muitos cientistas estão esquecendo de considerar as correntes marítimas brasileiras. "Elas vão continuar mais ou menos como hoje."
Se isso ocorrer, explica Ab'Sáber, o chamado ótimo climático, registrado entre 5.000 e 6.000 anos atrás, vai se repetir, não de causa natural, mas por causa antrópica.
"Quem não conhece o conceito de ótimo climático vai inverter a situação. Há 6.000 anos, a umidade mais alta nos mares foi fundamental para manter as florestas atlânticas."
Para Ab"Sáber, as causas que permitiram a "retropicalização" do Brasil depois do último período de glaciação serão apenas reforçadas agora.
"As correntes marítimas de água quente, na atualidade, migram até o sul do Brasil a partir da região equatorial. Desconsiderar isso implica errar tudo".
Além disso, segundo o geógrafo, é preciso que as pessoas "leiam o passado". Principalmente no intervalo de tempo que começou há 11 mil anos.
"É preciso saber que, quando o mar esteve
Segundo Ab'Sáber, o fenômeno era a semelhante ao que ocorre hoje na costa do Pacífico, entre o Chile e o Peru. "Lá a corrente é fria e toda a região costeira é semidesértica."
Com o aumento do nível do mar -entre 5.000 e 6.000 anos ele esteve três metros acima do que está hoje-, a corrente quente chegou ao sul do Brasil, onde ainda está hoje.
"Ela levou consigo uma umidade que permitiu a formação de florestas costeiras até perto de Porto Alegre, que seguiu depois pela serra Gaúcha desde a cidade de Taquara até além da cidade de Santa Maria."
No caso da Amazônia, principalmente na região oriental, as previsões dos cientistas, segundo o professor da USP, também estão erradas.
"Todos falaram que a floresta vai diminuir e ganhar cerrado. O aquecimento global não vai destruir floresta. No máximo, vai haver uma nova delimitação nos bordos da Amazônia. Novos minibiomas vão entrar, até pode ser o cerrado. É certo que vamos continuar com grandes florestas a oeste, porque o regime de chuvas não será muito alterado."
Uma concordância com a maior parte dos estudos. Para o geógrafo da USP é realmente preciso ter cuidado com as zonas litorâneas, porque o mar de fato vai subir.
Eduardo Geraque
Folha de São Paulo
15/03/2007
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Meio Ambiente e Apagão Energético no Brasil
O físico José Goldemberg é um dos principais cientistas brasileiros especializado em produção de energia. Foi reitor da Universidade de São Paulo, secretário de meio ambiente do governo paulista e ministro da Educação. Em 2008, recebeu o Prêmio Planeta Azul, considerado o Nobel do Meio Ambiente. Nesta entrevista, ele discorre sobre o aumento de prestígio das energias renováveis no cenário mundial e faz uma avaliação sobre os rumos da política energética brasileira.
Atualmente 80% do consumo energético mundial é abastecido por combustíveis fósseis. É possível operar alterações necessárias na matriz energética mundial para minimizar o aquecimento global a curto, médio ou longo prazo?
A União Européia decidiu introduzir em sua matriz energética 20% de energias renováveis até 2020. Essa é a proposta mais realista que existe em andamento. Os Estados Unidos estão discutindo uma lei sobre esse assunto, foi aprovada na Câmara de Representantes, mas ainda precisa passar pelo Senado. Se for aprovada, terá mais ou menos o mesmo efeito da lei européia. Esse cenário traz boas sinalizações. O fato é que as tecnologias existem e já são competitivas. Algumas ainda apresentam elevado custo e não são atrativas para o mercado como, por exemplo, as instalações fotovoltaicas. Contudo, temos a tecnologia eólica e o etanol mostrando que há espaço. A decisão política que foi tomada pelos governos da União Européia e agora pelos EUA aumentará a escala de produção e com isso o preço deve cair.
Existem grupos que avaliam que até o ano de 2050 poderemos ter 50% de energia renovável. Porém, isso ainda representa muito tempo. As previsões para o ano 2020, na minha avaliação, são bastante realistas. A Dinamarca e Alemanha comprovam que essas tecnologias funcionam, pois se tornaram competitivas. Aqui no Brasil, alguns espalham rumores de que estas energias renováveis não são competitivas. Porém, se o são na Europa, porque entre nós seria diferente?
Como o Brasil pode aproveitar o cenário favorável às energias renováveis ganhar espaço nas negociações internacionais?
O Brasil pode comparecer em Copenhagen com uma posição, digamos, moralmente superior. Atualmente as energias renováveis são responsáveis pelo atendimento de 44% da energia consumida no país. Porém, o governo brasileiro precisa ir à Conferência das Partes com propostas firmes de redução das suas emissões. A única coisa que ele fez até agora foi declarar que reduziria o desmatamento na Amazônia. Mas é preciso que essa declaração esteja acompanhada de medidas governamentais e de uma manifestação unificada do governo. Comparecer à Dinamarca com propostas firmes e representativas do conjunto do governo seria um exemplo para outros países, como a China, Índia e Indonésia. Com isso, o Brasil poderia assumir posição de liderança.
Ao mesmo tempo em que o país busca essa liderança nas energias renováveis, elabora um Plano Decenal de Energia com ampliação de geração termelétrica. Como essas contradições podem refletir no desempenho do Brasil nas negociações?
Esse plano está na contra-mão e precisa ser reformulado. Caso contrário, o Brasil vai perder a oportunidade de aparecer bem em Copenhagen. Evidentemente outros governos e as organizações não-governamentais devem cobrar do país o motivo de decidir sujar sua matriz energética. Esse tipo de decisão do governo precisa ser revista já.
De acordo com o Ministério das Minas e Energias, o leilão com termelétricas é uma questão conjuntural, por falta de hidrelétricas licenciadas para suprir a demanda. Esse argumento é aceitável?
O governo se esforça, mas o que de fato acontece é que não existem estudos adequados de hidrologia para novas usinas hidrelétricas. Mais uma vez, problemas no planejamento. O Brasil só explorou até hoje 35% do seu potencial hidrelétrico. Ainda tem 65% para explorar, mas é preciso que o governo trabalhe mais e faça os levantamentos para que as usinas hidrelétricas possam ser licitadas.
O investimento em energia nuclear também deve ser ponto de cobrança?
Acredito que até agora não, pois o governo não tomou nenhuma decisão comprometedora. Claro que Angra 3 deve ser alvo de grandes reclamações. Mas se o governo fizer o lançamento de um grande programa nuclear, isso naturalmente repercutiria extremamente mal.
É preciso que o governo entenda que a energia nuclear vai contribuir muito pouco para os problemas de energia do Brasil e não há necessidade de seguir nessa direção. Quando Angra 3 resolver ficar pronta, vai produzir aproximadamente 1 milhão de quilowatts. Isso é cinco vezes menos do que deve produzir a usina hidrelétrica do Rio Madeira. E é também cinco vezes menos do que a energia que será produzida em São Paulo queimando bagaço de cana, que é renovável. Embarcar no caminho da energia nuclear traz controvérsias, tem um custo muito elevado e destoa do rumo que seria mais interessante para o Brasil.
A exploração do pré-sal tem um custo muito elevado. Isso pode barrar os investimentos em energias renováveis?
O pré-sal claramente é uma sinalização equivocada. Algumas autoridades brasileiras, ligadas à Petrobras, avaliam que o Brasil pode se transformar em um grande país petrolífero, numa época em que toda a indústria do petróleo está sob vigilância cerrada dos ambientalistas e quando há a necessidade de mudar para um modelo menos carbono intensivo. Além disso, esse assunto ainda está no campo da hipótese. O pré-sal não produzirá nenhum petróleo antes de dez anos. De modo que existem questões mais urgentes a serem resolvidas antes – ou seja, se deve investir em renováveis prioritariamente.
Outro aspecto é o alto custo da exploração do petróleo. Há pouco tempo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, declarou que irá exigir que a exploração do petróleo do pré-sal tenha compensações ambientais. Ou seja, as emissões resultantes da exploração do pré-sal deverão ser compensadas por meio de outras medidas, como por exemplo, a captura de carbono. O problema é isso pode encarecer mais ainda o petróleo do pré-sal.
Ainda há risco de apagão no Brasil?
Havia até o ano passado, mas como choveu bastante e o risco de apagão foi afastado. Porém, é preciso tomar medidas estruturais, pois a única maneira de proteger o Brasil de futuros apagões é construir usinas hidrelétricas com reservatórios de água, o que deixou de ser feito há muito tempo. Então, não existe um pulmão que garanta a segurança energética na ausência de chuvas.
A ausência desse pulmão mostra que o planejamento estratégico na área de energia ainda é falho?
Na minha opinião é muito falho. Outro exemplo de falha de planejamento foi a decisão tomada pelo governo de realizar os leilões de energia termelétrica a carvão e óleo combustível. Essa opção é desastrosa para a matriz energética brasileira. É o resultado da orientação que o governo tem dado a essa questão e que precisa mudar rapidamente.
Publicado por:
Mudanças Climáticas
domingo, 27 de setembro de 2009
O hóspede espaçoso e a ambaixada em risco
Antonio Carlos Pannunzio
Quando o governante de um país é deposto pela força das armas, não é incomum que aqueles que integravam suas instâncias mais elevadas e seus partidários mais notórios busquem refúgio numa embaixada. Acolhidos, lá permanecem à espera de uma solução que lhes permita deixar o país em segurança.
Ocorrido o golpe de 1964, a embaixada da Iugoslávia, uma das poucas que à época já haviam se instalado em Brasília, abrigou dezenas de personalidades do governo João Goulart e outras lideranças de esquerda, até que o destino de cada uma delas face à nova situação se decidisse.
Anos mais tarde, a derrubada do governo de Salvador Allende, no Chile, igualmente forçaria brasileiros a buscarem refúgio em embaixadas de Santiago, até que pudessem deixar o país andino sem sofrerem represálias da polícia do general Pinochet.
Em nenhum desses parâmetros se encaixa a situação instaurada na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, desde que nela solicitou hospedagem o presidente Manoel Zelaya. Aquela instalação diplomática, considerada parte do território brasileiro, foi alvo de ataques indiretos, inclusive do corte de energia elétrica, do fornecimento de água e de linhas telefônicas, fatos incomuns em episódios dessa natureza.
Nada justifica tais procedimentos, mas é possível entendê-los se levamos em conta a situação incomum do acolhido e a desinibição com que ali vem se conduzindo. Acompanhado por cerca de 60 seguidores, amigos e familiares, Zelaya fez de um espaço, em que deveria guardar silêncio, um enclave protegido a partir do qual dirige incitamentos aos hondurenhos que o apóiam e provações aos adversários que o afastaram do poder em junho.
Não vem ao caso recapitular os muitos complicadores que precederam o golpe hondurenho, nem os atos de repudio àquele incidente, ocorridos tanto no âmbito da OEA quanto da ONU.
Enquanto cidadão de Honduras e presidente deposto, Zelaya tem todo o direito de esforçar-se para retomar o governo. Mas não pode fazê-lo usando como base algum país vizinho ou, pior ainda, a embaixada do Brasil.
Tegucigalpa, a capital hondurenha, acha-se relativamente distante das fronteiras do país. O fato de que o presidente deposto tenha conseguido chegar lá, acompanhado de algumas dezenas de seguidores, sem sofrer constrangimento, indica que tem apoio de uma parte de seus concidadãos e, também, que o país está profundamente dividido em face da interrupção de seu mandato.
Quando, de volta à capital, ameaçado pelos partidários do governo golpista, entrou na Embaixada do Brasil, protegida por um único vigilante contratado, e ali solicitou hospedagem, a diplomacia brasileira, fiel aos princípios humanitários, não tinha como negar acolhida àqueles cidadãos cuja liberdade e integridade física corria evidente perigo.
O inadmissível é que o presidente deposto, uma vez recebido pelo Brasil, use as acomodações a ele concedidas como se fossem seu escritório. Coerente com a postura brasileira de condenação aos golpes e aos golpistas, nosso governo pode e deve desenvolver, no plano internacional, iniciativas para restabelecer a ordem jurídica em Honduras.
Lastimável é que, em paralelo, não tenha ainda despachado para aquele país um diplomata do mais alto nível e sólida experiência, para lidar com um episódio insólito. Os desdobramentos deste, como estamos vendo, ameaçam inclusive a integridade física dos funcionários e hospedes de uma embaixada que, concretamente, não temos como proteger.
(*) Deputado federal, membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ex-líder de bancada e ex-presidente do Diretório Estadual do PSDB/SP.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
AGENDA VERDE EM SANTA CATARINA
Visita ao Senado Espanhol
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Reunião com o Senador Manuel Fraga
PARCERIA DE SANTA CATARINA COM A UNIVERSIDADE DO REAL MADRI PARA GESTÃO ESPORTIVA
Carlos Mello
domingo, 13 de setembro de 2009
ESPANHA: OBRAS SEM DOGMATISMO
Leonel Pavan tem interesse em difundir a prática no estado, principalmente em Balneário Camboriú e Fpolis , que tem pouco espaço para mobilidade urbana.
Carlos Mello Pontevedra- Galicia - Espanha.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Busca de novos investimentos e parcerias na Espanha
Na região da Galícia, a missão catarinense participará de um seminário de cooperação que envolverá o setor da Construção, Pesqueiro, Agropecuário e Cultural, nas cidades de Vigo, Pontevedra e La Coruña, quando deverão ser firmados protocolos para intercâmbio de cooperação na área da Cultura, Econômia, Pesca e Construção Civil. "Nosso estado já mantem um acordo de cooperação técnica com o governo da Galícia para melhoria do cadeia produtiva da carne bovina, com introdução de material genético da raça Rubia Galega", informa o vice-governador.
O grupo empresarial, ligado à Fiesc e ao Sinduscon, irá negociar parcerias empresariais com os espanhóis. Na pauta, estão contatos com prestadoras de serviço para a indústria da Construção na Galícia interessadas no mercado brasileiro, e a troca de informações sobre os métodos de construção utilizados na Espanha.
“O governo tem interesse em acompanhar os contatos empresariais, pois assim como na área da Tecnologia, a Espanha tem uma grande capacidade de investimentos na área da Construção Civil. Um exemplo disso é o maior projeto de turismo no Brasil, que está sendo licenciado em Santa Catarina: a Quinta dos Ganchos, no município de Governador Celso Ramos”, observa o secretário especial de Articulação Internacional, Vinícius Lummertz.
Em Madri, o vice-governador Leonel Pavan e a comitiva catarinense terão encontro com o embaixador do Brasil na Espanha, Paulo César de Oliveira, e uma reunião de trabalho na Escola de Estudos Universitários do Real Madri. O objetivo é negociar a vinda de uma extensão da escola em Santa Catarina, a exemplo do que já acontece com a Escola Nacional de Administração (ENA), da França. A comitiva também será acompanhada pelos deputados Elizeu Mattos e Valmir Comin.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
PAVAN VIAJA À ESPANHA DIA 7 DE SETEMBRO
Na região de La Coruna, também haverá reunião com o grupo empresarial espanhol Calvo para discutir novos investimentos em Santa Catarina. A empresa já controla a grande indústria de pescados Gomes da Costa, na região de Itajaí. O deputado estadual, líder da bancada do governo na Assembléia, Eliseu Mattos também deverá integrar a comitiva.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Parque Unipraias
Localizado na praia de Balneário Camboriú, o complexo turístico busca inovar sempre trazendo novas atrações para atender seus visitantes. Liga duas praias, Central e Laranjeiras, através de 47 bondinhos. Ocupando uma área de 202.000 m2 em meio à Mata Atlântica, sendo 132.00 m2 de preservação ambiental, suas atrações incluem parque ambiental, parque de aventuras e o trenó de montanha Youhooo!.
Em dez anos, o Unipraias recebeu mais de quatro milhões de visitantes.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Construção garante melhor mês de emprego
O ESTADO DE SÃO PAULO
Isabel Sobral, BRASÍLIA
19.08.2009
domingo, 16 de agosto de 2009
PAULO GALLOTTI
José do Patrocínio Gallotti, pai do nosso homenageado, foi professor da UFSC desde os seus primórdios, promotor, juiz de direito e desembargador em vários municípios do nosso Estado. Apesar de nunca ter se filiado a partidos políticos, sempre atuou em movimentos sociais. Essa militância lhe rendeu 40 dias de prisão durante o golpe militar.
Esses são Senhoras e Senhores, os genes de nosso homenageado e que mostram, na firmeza de caráter sua característica mais nobre.
Caro Ministro Paulo Gallotti, sua carreira ao longo desses 38 anos de militância jurídica, coincidiu com as transformações ocorridas no país, que saiu do autoritarismo e consolidou o estado de direito.
Creio que nesse período, muitas experiências foram vividas no contato com as agruras humanas, no convívio direto com os excluídos.
Julgar certamente é uma das mais difíceis tarefas, mas não para quem soma a dimensão humana ao conhecimento jurídico. São muitos os sacrifícios que envolvem a atividade judicante. O magistrado lida com a dor e os conflitos humanos, com expectativas e anseios.
Admirável sua capacidade de superar adversidades do setor que em sua carreira foram muitas, algumas bem visíveis, como o acumulo de processos, a falta de infra-estrutura e, principalmente, um sistema penitenciário em crise.
Senhoras e Senhores muito justa, pois, a homenagem da sociedade catarinense com a entrega da Comenda, a maior do nosso estado, que significativamente leva o nome de ANITA GARIBALDI, símbolo na luta pelas liberdades civis.
Que as homenagens aqui prestadas revigorem o seu ideal de amar e servir a todas as justas e boas causas da sociedade.
13.08.2009
LEONEL PAVAN
sábado, 15 de agosto de 2009
DEMOCRACIA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
AS ELEIÇÕES, A MILITÃNCIA E OS DESAFIOS DO PSDB
Nesse sentido, os pleitos municipais são de importância essencial para nossa vida partidária, principalmente quando se considera que no Brasil a cada dois anos temos eleições, de tal forma que existe um forte vínculo entre o voto municipal e a eleição estadual e federal.
Um fato político, muitas vezes despercebido, deve ser lembrado e grifado: os prefeitos e os vereadores são o alicerce do sistema político brasileiro e da própria Democracia. Na estrutura político-administrativa, o poder municipal é de fato o mais próximo do cidadão. Parece óbvio destacar isso, mas é importante que se perceba que os grandes dilemas nacionais passam em primeiro lugar pelas ruas, praças, escolas, hospitais, etc, de cada uma de nossas cidades catarinenses. Aí, está o mundo real, à espera de respostas concretas.
O grande desafio do PSDB Catarinense para 2008 é o de transformar programa em ação, conquistando o maior número possível de municípios, elegendo prefeitos e vereadores comprometidos com os preceitos da social democracia, que de fato melhorem, as condições de vida das pessoas, em suas cidades e que sejam o sustentáculo político para as mudanças no Estado e no País.
Assim, considero como prioritário formar e ampliar nossos quadros, criando uma militância ativa, pois consciente das propostas da social democracia, dos problemas reais de suas cidades e portanto capaz a ser uma opção transformadora para o Município, o Estado e o País.
Nesse sentido, é bom destacar, que o PSDB tem orgulho de sua História e não se confunde com os que fazem da Democracia um meio e não um fim.
O valor da militância tucana está, exatamente, na compreensão de que não é "farinha do mesmo saco" e que compreende que o poder democrático exercido com competência fortalece o estado de direito.
Por outro lado, necessário se faz entender que vários são os desafios brasileiros, mas que nenhum se compara à educação, pois apenas através dessa é que se constrói o presente e se conquista o futuro. No Brasil, em Santa Catarina e em cada um dos nossos municípios esse é o principal compromisso da Social Democracia.
Mas, a construção do futuro depende do orgulho do passado e do que fizermos no presente pelo nosso município, por Santa Catarina, pelo Brasil e pelo PSDB.